Será mesmo que pintar te fará pensar menos?


Como vocês podem ver estou retornando aos poucos o trabalho aqui no Educar Para Transformar. Dei uma reduzida nas postagens, não por deixar de acreditar na Educação, mas por uma necessidade grande de respirar. 


E que tal começar o trabalho falando de algo um tanto quando polêmico? Colorir, não colorir... Pensar, deixar de pensar? Vocês que me acompanham sabem que acredito na liberdade de expressão, e há algum tempo venho ouvindo críticas sobre os tão famosos livros de colorir. Umas positivas, outras negativas, ainda algumas sem nexo algum. Mas uma em especial me chamou a atenção. 

A pessoa querendo defender a necessidade da leitura e da escrita, para uma sociedade atuante no meio de algumas declarações até razoáveis ousou dizer que se continuarmos com a moda dos livros, deixaríamos de ter seres pensantes. Confesso que até tentei entender o ponto de vista, mas deixar de pensar porque está pintado... Mexeu comigo, mexeu com minha formação e não pude me calar. 

A questão agora não era simplesmente o livro para pintar ou não e sim uma questão conceitual, dita por alguém que tem influências e por isso minha preocupação. Afinal, como sabemos o pensamento pode ser expressado de várias formas. Escrever faz refletir e produz cultura!? Com certeza! Ler é uma forma de expandir os pensamentos!? Sem dúvida! Mas vou falar, tenho visto pinturas, músicas, fotografias e muitos outros tipos de arte fazendo tão bem ao pensamento e à produção cultural quanto a leitura e a escrita. Seria tão grande assim a necessidade de denegrir o trabalho do outro, porque não faz parte do seu campo "harmônico" de pensamento?

Em nenhum momento tiro o valor da leitura e da escrita, mas seria hipócrita se concordasse com o fato de que só por meio dela é que faremos seres pensantes. Até porque quando uma criança chega a ler e escrever já passou por sua cabeça milhares e milhares de pensamentos. E elas não me parecem nenhum pouco inferiores por isso. 

No momento em que vivemos, por sinal, me parecem ser as mais sábias criaturas. Porque pensam e se você for esperto e atento saberá que embora suas palavras sejam inocentes vem delas muito conhecimento. Reflexões que nós adultos às vezes nem nos damos conta. Falo isso, porque se valorizamos somente uma habilidade de expressão, infelizmente colocamos todos os seres humanos dentro de uma caixa de vidro querendo que sejam todos iguais. e se for assim que produção de cultura teremos com esta atitude??

Prefiro essa revolução. Ou melhor, prefiro buscar caminhos para utilizar bem esta revolução que estamos vivenciando. Olhar para cada pessoa respeitando sua individualidade. E não obrigando que sejam iguais a mim. 

Pintem sim, fotografem também, leiam, escrevam!!! Comprem os livros que quiserem!!! Chega de viver uma intelectualidade de ontem. 

Buscar caminhos para que mais pessoas leiam é uma coisa, desvalorizar todo o resto e enxergar somente esta como forma de expressão do pensamento para mim é, no mínimo, ingenuidade. Sem falar no egocentrismo sem tamanho que isso produz. Principalmente se vindo de pessoas que lidam diretamente com o meio cultural. 

Precisamos somar e não criar buracos ainda mais fundos. Este no qual estamos já está ruim demais. 


Vanessa Vieira

Como vocês podem ver estou retornando aos poucos o trabalho aqui no Educar Para Transformar. Dei uma reduzida nas postagens, não por deixar de acreditar na Educação, mas por uma necessidade grande de respirar. 


E que tal começar o trabalho falando de algo um tanto quando polêmico? Colorir, não colorir... Pensar, deixar de pensar? Vocês que me acompanham sabem que acredito na liberdade de expressão, e há algum tempo venho ouvindo críticas sobre os tão famosos livros de colorir. Umas positivas, outras negativas, ainda algumas sem nexo algum. Mas uma em especial me chamou a atenção. 

A pessoa querendo defender a necessidade da leitura e da escrita, para uma sociedade atuante no meio de algumas declarações até razoáveis ousou dizer que se continuarmos com a moda dos livros, deixaríamos de ter seres pensantes. Confesso que até tentei entender o ponto de vista, mas deixar de pensar porque está pintado... Mexeu comigo, mexeu com minha formação e não pude me calar. 

A questão agora não era simplesmente o livro para pintar ou não e sim uma questão conceitual, dita por alguém que tem influências e por isso minha preocupação. Afinal, como sabemos o pensamento pode ser expressado de várias formas. Escrever faz refletir e produz cultura!? Com certeza! Ler é uma forma de expandir os pensamentos!? Sem dúvida! Mas vou falar, tenho visto pinturas, músicas, fotografias e muitos outros tipos de arte fazendo tão bem ao pensamento e à produção cultural quanto a leitura e a escrita. Seria tão grande assim a necessidade de denegrir o trabalho do outro, porque não faz parte do seu campo "harmônico" de pensamento?

Em nenhum momento tiro o valor da leitura e da escrita, mas seria hipócrita se concordasse com o fato de que só por meio dela é que faremos seres pensantes. Até porque quando uma criança chega a ler e escrever já passou por sua cabeça milhares e milhares de pensamentos. E elas não me parecem nenhum pouco inferiores por isso. 

No momento em que vivemos, por sinal, me parecem ser as mais sábias criaturas. Porque pensam e se você for esperto e atento saberá que embora suas palavras sejam inocentes vem delas muito conhecimento. Reflexões que nós adultos às vezes nem nos damos conta. Falo isso, porque se valorizamos somente uma habilidade de expressão, infelizmente colocamos todos os seres humanos dentro de uma caixa de vidro querendo que sejam todos iguais. e se for assim que produção de cultura teremos com esta atitude??

Prefiro essa revolução. Ou melhor, prefiro buscar caminhos para utilizar bem esta revolução que estamos vivenciando. Olhar para cada pessoa respeitando sua individualidade. E não obrigando que sejam iguais a mim. 

Pintem sim, fotografem também, leiam, escrevam!!! Comprem os livros que quiserem!!! Chega de viver uma intelectualidade de ontem. 

Buscar caminhos para que mais pessoas leiam é uma coisa, desvalorizar todo o resto e enxergar somente esta como forma de expressão do pensamento para mim é, no mínimo, ingenuidade. Sem falar no egocentrismo sem tamanho que isso produz. Principalmente se vindo de pessoas que lidam diretamente com o meio cultural. 

Precisamos somar e não criar buracos ainda mais fundos. Este no qual estamos já está ruim demais. 


Vanessa Vieira

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