COMO TRABALHAR “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS” NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Terceiro campo da BNCC instiga o uso de expressões artísticas para trabalhar olhar, coordenação motora e percepção dos pequenos

No Campo de Experiência Traços, sons, cores e formas, as crianças exploram sonoridades de diferentes objetos  
Desde o primeiro rascunho até sua homologação, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Infantil tem percorrido um longo caminho. Ainda muito recente, a BNCC está em fase de implementação nas redes públicas. Nas formações, é normal que surjam dúvidas à aplicação do que muitas professoras consideram “diferente”, como é o caso dos 5 Campos de Experiência.

Conheça os 5 Campos de Experiência
Os 5 Campos de Experiência ocupam espaço importante do novo documento da Educação Infantil. São eles:
 - O eu, o outro e o nós
 - Corpo, gestos e movimentos
 - Traços, sons, cores e formas
 - Escuta, fala, pensamento e imaginação
 - Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Já exploramos os campos "O eu, o outro e o nós" e "Corpos, gestos e movimentos". Desta vez, fomos buscar experiências e atividades pensadas e realizadas com base no Campo “Traços, sons, cores e formas”.

PLANOS DE AULA   
Veja planos de aula que incluem Campos de Experiência

CAMPO DE EXPERIÊNCIA: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS

Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.

Trecho extraído do documento Base Nacional Comum Curricular
As artes e suas expressões podem ser aliadas das professoras em todos os momentos da vida de seus alunos. O Campo de Experiência “Traços, sons, cores e formas” implica essa possibilidade para a Educação Infantil. “Nesse campo, o foco são o convívio e a interação das crianças com diferentes materiais, instrumentos e manifestações expressivas. Elas são convidadas a conhecer e interagir com sons, cantos, cores, traços, luzes, cenários, imagens, gestos, movimentos, materiais e recursos tecnológicos”, explica o educador e autor Wagner Priante, especialista em Arte-Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).


Esse contato pode ajudar a criança a desenvolver outras características. Para a especialista pedagógica Rebeca Veras, do SAS Plataforma de Educação, o contato de bebês e crianças com esses recursos expressivos gera impactos muito importantes para o desenvolvimento infantil. “As crianças são levadas a desenvolverem o senso estético por meio de situações que gerem momentos de apreciação, desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e expressão”, aponta.

Somado aos demais Campos de Experiência, os educadores podem se debruçar sobre “Traços, sons, cores e formas” de forma a gerar experiências que despertem a curiosidade dos alunos. Uma chance para dar a largada para a descoberta da cultura regional e nacional. “Precisamos promover situações em que as crianças possam conhecer e se apropriar da cultura de seu grupo social, o que contribui para o desenvolvimento de sua identidade e autonomia, que também se relaciona com o campo ‘O eu, o outro e o nós’, por exemplo”, avalia Wagner.

Reunimos a seguir algumas atividades que professoras desenvolveram com seus alunos com base nos Campos de Experiência, em especial o campo “Traços, sons, cores e formas”. Você pode utilizá-las na sua sala ou se inspirar para criar novas propostas, que incluam também os outros campos – ampliando ainda mais o escopo de desenvolvimento da criança.





BANDINHA SONORA 
IDADE: Bebês (0 a 1 ano e 6 meses)

A turminha do berçário tem experimentado com muito entusiasmo esses momentos de protagonismo e em um deles, montamos uma bandinha com diversos instrumentos musicais. Tinha pandeiro, maracas, chocalhos, sinos, tambores, entre outros. Esses objetos sempre são oferecidos aos bebês para que eles possam explorar não apenas o som, mas as formas, cores e texturas.

Em um dos momentos dessa prática, os bebês ficam sentados em roda. Eles seguram os instrumentos e juntos cantamos uma música que já é do repertório da turma. Nós orientamos os bebês com gestos e expressões e acompanhamos as reações deles. Estimulamos cada criança e usar seu instrumento toda vez que chamamos seu nome. Percebemos que eles aguardam com atenção até ouvirem o som de seu nome e entendem que é sua vez de tocar – observando também a vez do outro. Ao ouvirem o comando para todos tocarem juntos, a banda se consolida.

Os bebês percebem como nos manifestamos através do ritmo da música, da coreografia e interagem conosco, demonstrando entendimento sobre “o eu, o outro e o nós”. É incrivelmente emocionante identificar as potencialidades de crianças tão pequenas e essas conquistas diárias nos dão o sentimento de realização com o desenvolvimento da turminha.



OBJETIVOS DE APRENDIZADO TRABALHADOS

- Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente 
- Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

APRENDIZADOS

A unidade está inserida em uma comunidade carente, da região metropolitana de São Paulo e temos como intenção, trazer facilidades para o acesso à arte e cultura. Com isso sempre procuramos provocar a curiosidade e inserir essa discussão sobre as várias formas de manifestações artísticas existentes, principalmente no Brasil através de um planejamento que seja voltado também para a brincadeira e a interação a partir dessa temática.

Os campos de experiências da BNCC, somaram a nossa intenção, visto que nos orientam quanto a necessidade de “ampliar o universo das experiências”.


Pesquisa e artigo >  Prof Marcos L Souza 
Psicopedagogo, Educador musical e Escritor




Terceiro campo da BNCC instiga o uso de expressões artísticas para trabalhar olhar, coordenação motora e percepção dos pequenos

No Campo de Experiência Traços, sons, cores e formas, as crianças exploram sonoridades de diferentes objetos  
Desde o primeiro rascunho até sua homologação, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Infantil tem percorrido um longo caminho. Ainda muito recente, a BNCC está em fase de implementação nas redes públicas. Nas formações, é normal que surjam dúvidas à aplicação do que muitas professoras consideram “diferente”, como é o caso dos 5 Campos de Experiência.

Conheça os 5 Campos de Experiência
Os 5 Campos de Experiência ocupam espaço importante do novo documento da Educação Infantil. São eles:
 - O eu, o outro e o nós
 - Corpo, gestos e movimentos
 - Traços, sons, cores e formas
 - Escuta, fala, pensamento e imaginação
 - Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
Já exploramos os campos "O eu, o outro e o nós" e "Corpos, gestos e movimentos". Desta vez, fomos buscar experiências e atividades pensadas e realizadas com base no Campo “Traços, sons, cores e formas”.

PLANOS DE AULA   
Veja planos de aula que incluem Campos de Experiência

CAMPO DE EXPERIÊNCIA: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS

Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.

Trecho extraído do documento Base Nacional Comum Curricular
As artes e suas expressões podem ser aliadas das professoras em todos os momentos da vida de seus alunos. O Campo de Experiência “Traços, sons, cores e formas” implica essa possibilidade para a Educação Infantil. “Nesse campo, o foco são o convívio e a interação das crianças com diferentes materiais, instrumentos e manifestações expressivas. Elas são convidadas a conhecer e interagir com sons, cantos, cores, traços, luzes, cenários, imagens, gestos, movimentos, materiais e recursos tecnológicos”, explica o educador e autor Wagner Priante, especialista em Arte-Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).


Esse contato pode ajudar a criança a desenvolver outras características. Para a especialista pedagógica Rebeca Veras, do SAS Plataforma de Educação, o contato de bebês e crianças com esses recursos expressivos gera impactos muito importantes para o desenvolvimento infantil. “As crianças são levadas a desenvolverem o senso estético por meio de situações que gerem momentos de apreciação, desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e expressão”, aponta.

Somado aos demais Campos de Experiência, os educadores podem se debruçar sobre “Traços, sons, cores e formas” de forma a gerar experiências que despertem a curiosidade dos alunos. Uma chance para dar a largada para a descoberta da cultura regional e nacional. “Precisamos promover situações em que as crianças possam conhecer e se apropriar da cultura de seu grupo social, o que contribui para o desenvolvimento de sua identidade e autonomia, que também se relaciona com o campo ‘O eu, o outro e o nós’, por exemplo”, avalia Wagner.

Reunimos a seguir algumas atividades que professoras desenvolveram com seus alunos com base nos Campos de Experiência, em especial o campo “Traços, sons, cores e formas”. Você pode utilizá-las na sua sala ou se inspirar para criar novas propostas, que incluam também os outros campos – ampliando ainda mais o escopo de desenvolvimento da criança.





BANDINHA SONORA 
IDADE: Bebês (0 a 1 ano e 6 meses)

A turminha do berçário tem experimentado com muito entusiasmo esses momentos de protagonismo e em um deles, montamos uma bandinha com diversos instrumentos musicais. Tinha pandeiro, maracas, chocalhos, sinos, tambores, entre outros. Esses objetos sempre são oferecidos aos bebês para que eles possam explorar não apenas o som, mas as formas, cores e texturas.

Em um dos momentos dessa prática, os bebês ficam sentados em roda. Eles seguram os instrumentos e juntos cantamos uma música que já é do repertório da turma. Nós orientamos os bebês com gestos e expressões e acompanhamos as reações deles. Estimulamos cada criança e usar seu instrumento toda vez que chamamos seu nome. Percebemos que eles aguardam com atenção até ouvirem o som de seu nome e entendem que é sua vez de tocar – observando também a vez do outro. Ao ouvirem o comando para todos tocarem juntos, a banda se consolida.

Os bebês percebem como nos manifestamos através do ritmo da música, da coreografia e interagem conosco, demonstrando entendimento sobre “o eu, o outro e o nós”. É incrivelmente emocionante identificar as potencialidades de crianças tão pequenas e essas conquistas diárias nos dão o sentimento de realização com o desenvolvimento da turminha.



OBJETIVOS DE APRENDIZADO TRABALHADOS

- Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente 
- Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

APRENDIZADOS

A unidade está inserida em uma comunidade carente, da região metropolitana de São Paulo e temos como intenção, trazer facilidades para o acesso à arte e cultura. Com isso sempre procuramos provocar a curiosidade e inserir essa discussão sobre as várias formas de manifestações artísticas existentes, principalmente no Brasil através de um planejamento que seja voltado também para a brincadeira e a interação a partir dessa temática.

Os campos de experiências da BNCC, somaram a nossa intenção, visto que nos orientam quanto a necessidade de “ampliar o universo das experiências”.


Pesquisa e artigo >  Prof Marcos L Souza 
Psicopedagogo, Educador musical e Escritor



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