PLANO DE AULA - 5º ANO - CAMADAS DA TERRA
CONTEÚDOS: Camadas da Terra, Produção textual - Resumo
OBJETIVOS:
- Compreender a estrutura que forma o nosso planeta;
- Reconhecer a forma da Terra;
- Conhecer as camadas da Terra;
- Interpretar texto
- Produzir texto
- Ilustrar texto através do desenho
DESENVOLVIMENTO
FILME: Sinopse do filme - Viagem ao Centro da Terra
Trevor Anderson (Brendan Fraser) é um cientista cujas teorias não são
bem aceitas pela comunidade científica. Decidido a descobrir o que
aconteceu com seu irmão Max, que simplesmente desapareceu, ele parte
para a Islândia juntamente com seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson) e a
guia Hannah. Durante uma expedição na Islândia, o professor Trevor
Anderson, o seu sobrinho Sean e sua guia Hannah ficam presos em uma
caverna. Enquanto seguem sua rota de fuga mais abaixo da superfície da
Terra, eles passam por lugares estranhos e encontram criaturas
incríveis, incluindo dinossauros. Porém como a atividade vulcânica à sua
volta aumenta, eles percebem que devem encontrar o seu caminho para
fora rapidamente.
INTERPRETAÇÃO DO FILME
Do que trata o
filme?
Escreva o que
mais chamou sua atenção.
O que o cientista
queria buscar no centro da terra?
Como é o centro
da terra de acordo com o filme?
Indique as
camadas do interior da terra e suas respectivas características
O filme retrata
alguns fenômenos da natureza, quais seriam?
Qual a relação
entre as condições de temperatura e pressão no centro da Terra e os elementos
fundamentais que possibilitam a vida?
Em “Viagem ao
centro da Terra”, Trevor Anderson, o seu sobrinho Sean e sua guia Hannah, viajaram da Alemanha para a
Islândia. Na Islândia, os personagens desceram por um vulcão e, no final da
aventura saíram em um vulcão na Itália. Procure, no mapa-mundi, em que
continentes estes países estão localizados, e escreva seus respetivos nomes.
Quais os fatores
fictícios e científicos retratados no filme?
Na sua opinião, é possível fazer uma viagem ao centro da Terra? Explique sua resposta.
Produção de
texto: Escreva um resumo do filme e expressando sua opinião a respeito.
Realizar a leitura da reportagem da Revista Veja - Viagem ao centro da
Terra. Após as intervenções do professor, aponte, junto com seus
colegas, as maiores dificuldades de se chegar ao centro da Terra com
equipamentos tripulados ou não.
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - TEXTO EM ANEXO - NO FINAL DO PLANO DE AULA
CAMADAS DA TERRA
Após vários estudos e observações, foi possível afirmar que existem
muitas diferenças do interior do nosso planeta até a parte externa. Com
isso, dividiram a Terra em três principais camadas para que fosse mais
fácil compreender e estuda-las. As camadas da Terra são: a crosta, o
manto e o núcleo.
Essas camadas foram divididas, pois cada uma delas possuía suas
particularidades em relação à forma, temperatura, aspecto e também em
sua composição química. Esses aspectos físicos e químicos foram
determinantes nessa classificação.
Através de longas observações, constatou-se que existem diferenças
físicas e químicas no interior do planeta Terra. Com isso, houve a
divisão deste em três camadas: crosta, manto e núcleo.
Existem outras classificações além dessa. No entanto, essa divisão em
crosta, manto e núcleo é a mais aceita. Conforme essa classificação, as
camadas são separadas por limites definidos a partir das diferenças na
composição e densidade.
CROSTA -
Considerada a camada mais superficial da Terra, a crosta apresenta
espessura que varia de 30 Km a 70 Km. Ela é composta por basalto (nos
oceanos) e, na porção continental, sua composição básica é de granito. A
densidade média é de 2,8 e a temperatura varia entre 800 °C a 1000 °C.
O MANTO está situado entre a crosta e o núcleo. Sua espessura é de
aproximadamente 2,9 mil quilômetros, sendo a densidade média de 4,6. O
manto pode ser encontrado nos estados pastoso e sólido. Sua composição
básica é de silicato de ferro, magnésio e silício. A temperatura pode
atingir até 2000 °C.
NÚCLEO - Composto basicamente de níquel e ferro, o núcleo divide-se em
duas camadas: núcleo interno e núcleo externo. O núcleo interno
apresenta-se em estado sólido e o externo, no estado líquido. As
temperaturas nessa camada variam de 3000 °C a 5000 °C e a densidade, de 9
a 14.
Texto - achei aqui escolakids
ATIVIDADES PARA O CADERNO
Achei no teacherspayteachers
Nomear e descrever cada uma das camadas da Terra
TRABALHO EM GRUPO - Realizar a confecção de uma maquete ou cartaz sobre o tema:
Achei aqui colegiosacramentinas Um lindo trabalho de maquetes!
Achei aqui thecraftedsparrow
Entrevista da Revista VEJA
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - Da imaginação à realidade
Em Viagem ao Centro da Terra, o escritor Júlio Verne (1828-1905)
concebeu um interior do planeta com seres pré-históricos. Na edição
original, eles foram desenhados por Édouard Riou. Na vida real, o
primeiro plano para chegar ao manto terrestre foi do geólogo americano
Harry Hess (abaixo), um dos pais da teoria das placas tectônicas
Existe um lugar na Terra menos conhecido por nós do que a superfície da
Lua. Fica abaixo de nossos pés, abaixo da relativamente delgada camada
de solo onde vivemos e onde se acomodam nossas florestas e oceanos.
Agora, cientistas da organização internacional ODP (sigla para Programa
de Perfuração Oceânica), de várias nacionalidades, estão prestes a dar
um salto em nosso conhecimento sobre a Terra com uma investigação de seu
interior. A pesquisa consiste em fazer uma perfuração de 6 quilômetros
de profundidade a fim de, pela primeira vez, coletar rochas do manto
terrestre, a camada viscosa e quente que repousa abaixo da crosta sobre a
qual vivemos. Escavações realizadas até hoje não chegaram nem perto do
manto — a mais bem-sucedida parou a 4 quilômetros de distância. A
profundidade das perfurações feitas até agora na Terra é equivalente à
obtida ao enfiar a ponta de um alfinete na casca de um ovo. Neste mês,
os pesquisadores da ODP vão realizar uma primeira expedição à Costa
Rica, onde farão uma perfuração de 1.900 metros na crosta oceânica. A
façanha será coletar as rochas mais profundas já extraídas para fins
científicos. O grande passo, a perfuração de 6.000 metros, está previsto
para 2018.
Como nunca se atravessou a crosta terrestre, nosso conhecimento sobre o
interior do planeta é limitado a deduções. O modelo da estrutura da
Terra que se aprende na escola (uma crosta, um manto e um núcleo) é uma
teoria baseada em observações indiretas. Cientistas analisam como as
ondas sísmicas se propagam pelo planeta durante terremotos e explo-sões
provocadas para esse fim. Pelas características das ondas, como sua
velocidade, supõe-se a composição das camadas da Terra. O campo
magnético terrestre e a análise de rochas da superfície que vieram do
manto durante a formação de montanhas também servem como material de
estudo. Mas oferecem apenas pistas. Por mais lógicas que sejam as
teorias elaboradas, não há evidências incontestáveis de que elas estão
corretas. Disse a VEJA o geoquímico Damon Teagle, da Universidade de
Southampton, na Inglaterra, um dos chefes da missão em direção ao centro
do planeta: “Chegar ao manto nos dará pela primeira vez provas do que
realmente existe sob nossos pés. Vamos entender melhor as placas
tectônicas e os terremotos, estudaremos com maior precisão como foi o
passado da Terra e como será seu futuro”.
Há muitas dúvidas sobre o que há abaixo do solo em que pisamos. “Não se
sabe até que profundidade e em quais so-los é possível encontrar
petróleo”, exemplifica o geofísico Marcelo Assumpção, da Universidade de
São Paulo. “Há teorias que apostam que existe petróleo em camadas da
crosta próximas ao manto terrestre. Nesse caso, as reservas seriam
maiores do que supomos hoje”, ele completa. Outra importante questão é
se existem água e algum tipo de vida no manto. O geofísico Benoit
Ildefonse, da Universidade Montpellier, na França, também um dos chefes
da excursão à Costa Rica, disse a VEJA que “uma de nossas maiores
ambições é encontrar material orgânico sobrevivendo a uma temperatura de
500 graus”. Isso desafiaria o que se imagina serem os limites da vida e
como ela deve ser procurada em nosso planeta e no universo.
Chegar ao manto terrestre é um sonho antigo. Em 1909, o meteorologista
croata Andrija Mohorovicic descobriu que on-das sísmicas viajam mais
rapidamente a 30 quilômetros de profundidade do que em regiões mais
próximas da superfície. Identificou, assim, a parte superior do manto e
supôs que o interior da Terra não é uniforme, mas organizado em camadas.
Três anos depois, o meteorologista alemão Alfred Wegener propôs a
teoria da deriva continental, que serviu de base para a das placas
tectônicas, os grandes blocos rochosos sobre os quais se encontram os
continentes e o fundo do mar. A primeira tentativa de perfurar o solo em
direção ao manto e provar essas teorias foi concebida nos anos 50, com o
nome de Projeto Mohole. A ideia veio do geólogo americano Harry Hess,
um dos fundadores da teoria das placas tectônicas. Em 1961, o Projeto
Mohole cavou 183 metros de sedimentos em águas com 3.500 metros de
profundidade. Esse foi o único sucesso da iniciativa, cancelada cinco
anos depois por seus custos proibitivos. Entre 1970 e 1992, os russos
escavaram 12 quilômetros na Península de Kola. A perfuração teve de ser
interrompida a 18 quilômetros do manto porque a temperatura no local
atingiu 180 graus, o que impediu o progresso da broca.
Chegar ao interior do planeta não é fácil como imaginou o escritor Júlio
Verne em seu clássico Viagem ao Centro da Terra, de 1864. Não basta um
grupo de aventureiros descer por fendas vulcânicas e cavernas. Já antes
de alcançar o manto, a pressão e a temperatura são tão extremas que
impossibilitam a vida humana. A técnica para a perfuração é similar à
usada pelas plataformas petrolíferas no mar. Fura-se um poço por onde
uma sonda avança. Os poços petrolíferos, como os do pré-sal, ultrapassam
os 3 quilômetros de profundidade. Vão mais longe do que pretendem
chegar os cientistas. Só que o petróleo é extraído de áreas próximas ao
continente, com rochas sedimentares, mais fáceis de ser vencidas, mas
sem interesse científico. Nessas áreas, a crosta é mais espessa do que
naquelas eleitas pelos pesquisadores para chegar ao manto. Pelas
dificuldades encontradas e pelos benefícios que pode trazer à ciência,
ir ao centro da Terra é um feito comparável a ir à Lua.
PLANO DE AULA - 5º ANO - CAMADAS DA TERRA
CONTEÚDOS: Camadas da Terra, Produção textual - Resumo
OBJETIVOS:
- Compreender a estrutura que forma o nosso planeta;
- Reconhecer a forma da Terra;
- Conhecer as camadas da Terra;
- Interpretar texto
- Produzir texto
- Ilustrar texto através do desenho
DESENVOLVIMENTO
FILME: Sinopse do filme - Viagem ao Centro da Terra
Trevor Anderson (Brendan Fraser) é um cientista cujas teorias não são
bem aceitas pela comunidade científica. Decidido a descobrir o que
aconteceu com seu irmão Max, que simplesmente desapareceu, ele parte
para a Islândia juntamente com seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson) e a
guia Hannah. Durante uma expedição na Islândia, o professor Trevor
Anderson, o seu sobrinho Sean e sua guia Hannah ficam presos em uma
caverna. Enquanto seguem sua rota de fuga mais abaixo da superfície da
Terra, eles passam por lugares estranhos e encontram criaturas
incríveis, incluindo dinossauros. Porém como a atividade vulcânica à sua
volta aumenta, eles percebem que devem encontrar o seu caminho para
fora rapidamente.
INTERPRETAÇÃO DO FILME
Do que trata o
filme?
Escreva o que
mais chamou sua atenção.
O que o cientista
queria buscar no centro da terra?
Como é o centro
da terra de acordo com o filme?
Indique as
camadas do interior da terra e suas respectivas características
O filme retrata
alguns fenômenos da natureza, quais seriam?
Qual a relação
entre as condições de temperatura e pressão no centro da Terra e os elementos
fundamentais que possibilitam a vida?
Em “Viagem ao
centro da Terra”, Trevor Anderson, o seu sobrinho Sean e sua guia Hannah, viajaram da Alemanha para a
Islândia. Na Islândia, os personagens desceram por um vulcão e, no final da
aventura saíram em um vulcão na Itália. Procure, no mapa-mundi, em que
continentes estes países estão localizados, e escreva seus respetivos nomes.
Quais os fatores
fictícios e científicos retratados no filme?
Na sua opinião, é possível fazer uma viagem ao centro da Terra? Explique sua resposta.
Produção de
texto: Escreva um resumo do filme e expressando sua opinião a respeito.
Realizar a leitura da reportagem da Revista Veja - Viagem ao centro da
Terra. Após as intervenções do professor, aponte, junto com seus
colegas, as maiores dificuldades de se chegar ao centro da Terra com
equipamentos tripulados ou não.
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - TEXTO EM ANEXO - NO FINAL DO PLANO DE AULA
CAMADAS DA TERRA
Após vários estudos e observações, foi possível afirmar que existem
muitas diferenças do interior do nosso planeta até a parte externa. Com
isso, dividiram a Terra em três principais camadas para que fosse mais
fácil compreender e estuda-las. As camadas da Terra são: a crosta, o
manto e o núcleo.
Essas camadas foram divididas, pois cada uma delas possuía suas
particularidades em relação à forma, temperatura, aspecto e também em
sua composição química. Esses aspectos físicos e químicos foram
determinantes nessa classificação.
Através de longas observações, constatou-se que existem diferenças
físicas e químicas no interior do planeta Terra. Com isso, houve a
divisão deste em três camadas: crosta, manto e núcleo.
Existem outras classificações além dessa. No entanto, essa divisão em
crosta, manto e núcleo é a mais aceita. Conforme essa classificação, as
camadas são separadas por limites definidos a partir das diferenças na
composição e densidade.
CROSTA -
Considerada a camada mais superficial da Terra, a crosta apresenta
espessura que varia de 30 Km a 70 Km. Ela é composta por basalto (nos
oceanos) e, na porção continental, sua composição básica é de granito. A
densidade média é de 2,8 e a temperatura varia entre 800 °C a 1000 °C.
O MANTO está situado entre a crosta e o núcleo. Sua espessura é de
aproximadamente 2,9 mil quilômetros, sendo a densidade média de 4,6. O
manto pode ser encontrado nos estados pastoso e sólido. Sua composição
básica é de silicato de ferro, magnésio e silício. A temperatura pode
atingir até 2000 °C.
NÚCLEO - Composto basicamente de níquel e ferro, o núcleo divide-se em
duas camadas: núcleo interno e núcleo externo. O núcleo interno
apresenta-se em estado sólido e o externo, no estado líquido. As
temperaturas nessa camada variam de 3000 °C a 5000 °C e a densidade, de 9
a 14.
Texto - achei aqui escolakids
ATIVIDADES PARA O CADERNO
Achei no teacherspayteachers
Nomear e descrever cada uma das camadas da Terra
TRABALHO EM GRUPO - Realizar a confecção de uma maquete ou cartaz sobre o tema:
Achei aqui colegiosacramentinas Um lindo trabalho de maquetes!
Achei aqui thecraftedsparrow
Entrevista da Revista VEJA
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA - Da imaginação à realidade
Em Viagem ao Centro da Terra, o escritor Júlio Verne (1828-1905)
concebeu um interior do planeta com seres pré-históricos. Na edição
original, eles foram desenhados por Édouard Riou. Na vida real, o
primeiro plano para chegar ao manto terrestre foi do geólogo americano
Harry Hess (abaixo), um dos pais da teoria das placas tectônicas
Existe um lugar na Terra menos conhecido por nós do que a superfície da
Lua. Fica abaixo de nossos pés, abaixo da relativamente delgada camada
de solo onde vivemos e onde se acomodam nossas florestas e oceanos.
Agora, cientistas da organização internacional ODP (sigla para Programa
de Perfuração Oceânica), de várias nacionalidades, estão prestes a dar
um salto em nosso conhecimento sobre a Terra com uma investigação de seu
interior. A pesquisa consiste em fazer uma perfuração de 6 quilômetros
de profundidade a fim de, pela primeira vez, coletar rochas do manto
terrestre, a camada viscosa e quente que repousa abaixo da crosta sobre a
qual vivemos. Escavações realizadas até hoje não chegaram nem perto do
manto — a mais bem-sucedida parou a 4 quilômetros de distância. A
profundidade das perfurações feitas até agora na Terra é equivalente à
obtida ao enfiar a ponta de um alfinete na casca de um ovo. Neste mês,
os pesquisadores da ODP vão realizar uma primeira expedição à Costa
Rica, onde farão uma perfuração de 1.900 metros na crosta oceânica. A
façanha será coletar as rochas mais profundas já extraídas para fins
científicos. O grande passo, a perfuração de 6.000 metros, está previsto
para 2018.
Como nunca se atravessou a crosta terrestre, nosso conhecimento sobre o
interior do planeta é limitado a deduções. O modelo da estrutura da
Terra que se aprende na escola (uma crosta, um manto e um núcleo) é uma
teoria baseada em observações indiretas. Cientistas analisam como as
ondas sísmicas se propagam pelo planeta durante terremotos e explo-sões
provocadas para esse fim. Pelas características das ondas, como sua
velocidade, supõe-se a composição das camadas da Terra. O campo
magnético terrestre e a análise de rochas da superfície que vieram do
manto durante a formação de montanhas também servem como material de
estudo. Mas oferecem apenas pistas. Por mais lógicas que sejam as
teorias elaboradas, não há evidências incontestáveis de que elas estão
corretas. Disse a VEJA o geoquímico Damon Teagle, da Universidade de
Southampton, na Inglaterra, um dos chefes da missão em direção ao centro
do planeta: “Chegar ao manto nos dará pela primeira vez provas do que
realmente existe sob nossos pés. Vamos entender melhor as placas
tectônicas e os terremotos, estudaremos com maior precisão como foi o
passado da Terra e como será seu futuro”.
Há muitas dúvidas sobre o que há abaixo do solo em que pisamos. “Não se
sabe até que profundidade e em quais so-los é possível encontrar
petróleo”, exemplifica o geofísico Marcelo Assumpção, da Universidade de
São Paulo. “Há teorias que apostam que existe petróleo em camadas da
crosta próximas ao manto terrestre. Nesse caso, as reservas seriam
maiores do que supomos hoje”, ele completa. Outra importante questão é
se existem água e algum tipo de vida no manto. O geofísico Benoit
Ildefonse, da Universidade Montpellier, na França, também um dos chefes
da excursão à Costa Rica, disse a VEJA que “uma de nossas maiores
ambições é encontrar material orgânico sobrevivendo a uma temperatura de
500 graus”. Isso desafiaria o que se imagina serem os limites da vida e
como ela deve ser procurada em nosso planeta e no universo.
Chegar ao manto terrestre é um sonho antigo. Em 1909, o meteorologista
croata Andrija Mohorovicic descobriu que on-das sísmicas viajam mais
rapidamente a 30 quilômetros de profundidade do que em regiões mais
próximas da superfície. Identificou, assim, a parte superior do manto e
supôs que o interior da Terra não é uniforme, mas organizado em camadas.
Três anos depois, o meteorologista alemão Alfred Wegener propôs a
teoria da deriva continental, que serviu de base para a das placas
tectônicas, os grandes blocos rochosos sobre os quais se encontram os
continentes e o fundo do mar. A primeira tentativa de perfurar o solo em
direção ao manto e provar essas teorias foi concebida nos anos 50, com o
nome de Projeto Mohole. A ideia veio do geólogo americano Harry Hess,
um dos fundadores da teoria das placas tectônicas. Em 1961, o Projeto
Mohole cavou 183 metros de sedimentos em águas com 3.500 metros de
profundidade. Esse foi o único sucesso da iniciativa, cancelada cinco
anos depois por seus custos proibitivos. Entre 1970 e 1992, os russos
escavaram 12 quilômetros na Península de Kola. A perfuração teve de ser
interrompida a 18 quilômetros do manto porque a temperatura no local
atingiu 180 graus, o que impediu o progresso da broca.
Chegar ao interior do planeta não é fácil como imaginou o escritor Júlio
Verne em seu clássico Viagem ao Centro da Terra, de 1864. Não basta um
grupo de aventureiros descer por fendas vulcânicas e cavernas. Já antes
de alcançar o manto, a pressão e a temperatura são tão extremas que
impossibilitam a vida humana. A técnica para a perfuração é similar à
usada pelas plataformas petrolíferas no mar. Fura-se um poço por onde
uma sonda avança. Os poços petrolíferos, como os do pré-sal, ultrapassam
os 3 quilômetros de profundidade. Vão mais longe do que pretendem
chegar os cientistas. Só que o petróleo é extraído de áreas próximas ao
continente, com rochas sedimentares, mais fáceis de ser vencidas, mas
sem interesse científico. Nessas áreas, a crosta é mais espessa do que
naquelas eleitas pelos pesquisadores para chegar ao manto. Pelas
dificuldades encontradas e pelos benefícios que pode trazer à ciência,
ir ao centro da Terra é um feito comparável a ir à Lua.
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