"[...] um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de
situações de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm
oportunidade de participar" (RCNEI; SEF, 1998, p. 154).
A seguir, sugestões para a organização desse ambiente.
- Alfabeto num varal, perto dos alunos e na altura deles, no início do ano.
- Espaço para exposição de textos usados na leitura compartilhada, para que eles possam recuperá-los quando quiserem.
- Mural para exposição da produção dos alunos.
- Biblioteca de classe, com materiais diversos de leitura.
- Calendário com uma folha para cada mês que poderá ser preso a um cabide de saia (os alunos deverão receber uma folha de calendário similar para prender no caderno no começo de cada mês, para que façam a mesma marcação do calendário grande).
- Banco de palavras.
- Listagem com o primeiro nome de todos os alunos, organizados em ordem alfabética e tendo a letra inicial destacada em vermelho (usar letra maiúscula).
- Numerário (sequência numérica de 0 a 10 e numeral/ quantidade/ número).
Estímulo ao desenvolvimento cognitivo dos alunos é a tônica de um
ambiente alfabetizador. Tudo que for absolutamente desafiador e possível
de ser realizado propiciará um processo de ensino e aprendizagem muito
mais harmonioso, por ser mais produtivo.
As crianças têm preferências por atividades diferentes e cada uma
apresenta um ritmo próprio. O desenvolvimento das atividades
psicomotoras, do relacionamento com os outros, da fala e de diversas
outras formas de comunicação vão acontecendo em épocas relativamente
distintas. As crianças reagem de formas diferentes, por isso o ambiente
alfabetizador precisa ser organizado e assimilar hábitos de trabalho que
contribuam para a independência de cada uma delas. A sala de aula deve
estar preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela
escrita e pelo manuseio do material didático.
Este é um material "vivo" na sala de aula, ou seja, está em constante
ampliação e utilização; é uma escrita de referência para os alunos.
Explore ao máximo o material.
A importância do lúdico no desenvolvimento do trabalho com a linguagem
A evolução da leitura e da escrita, tendência natural, expressiva e
criativa da criança, pode ser facilitada pelo educador por meio de
atividades lúdicas, que servirão de apoio ao desenvolvimento da
linguagem falada e ao processo de aquisição da linguagem escrita. Jogar e
brincar são atividades que, se bem orientadas, certamente contribuirão
para o desenvolvimento da psicomotricidade no contexto do processo
escolar.
O brincar ensina a criança a lidar com as emoções. Por meio da
brincadeira, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo
cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua
personalidade. Portanto, a escola deve facilitar a aprendizagem
utilizando atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador a fim
de favorecer o processo de aquisição de autonomia na hora do
aprendizado.
As atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem benefícios que
proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao
adolescente e até mesmo ao adulto.
Elas propiciam benefício físico – os jogos lúdicos devem ser a base
principal dos exercícios físicos oferecidos às crianças, pelo menos
durante o período escolar – e intelectual – o brinquedo contribui para a
desinibição, produzindo uma excitação mental altamente estimulante.
Como benefício social – a criança, através do lúdico, representa
situações que simbolizam uma realidade que ainda não pode alcançar;
através dos jogos simbólicos se explica o real e o eu. Por exemplo,
brincar de boneca representa uma situação que ela ainda vai viver e,
portanto, desenvolve um instinto natural. O brincar constrói na criança a
noção social da importância das regras e do respeito aos outros.
Como benefício didático – as brincadeiras transformam conteúdos em
atividades interessantes, revelando certas facilidades através da
aplicação do lúdico.
Em resumo, percebemos que, mais do que um passatempo, o lúdico é
altamente importante como estratégia de trabalho para o desenvolvimento
dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais na formação das
crianças e deve estar presente na sala de aula.
A importância do desenvolvimento da linguagem oral
Que relação a linguagem oral tem com o desenvolvimento da leitura e da escrita?
A fala é o principal instrumento de comunicação das crianças com os
professores e os colegas. Entretanto, é recente a tendência de torná-la
um conteúdo na escola. Hoje, compreende-se que todos precisam saber se
expressar e usar a linguagem em variadas situações comunicativas:
conversas, entrevistas, seminários, ao telefone, entre tantas outras.
Para desenvolver a comunicação oral desde cedo, é importante
diversificar os assuntos tratados em sala de aula. O grupo pode discutir
uma reportagem, um fato recente ou até um texto científico. Trazer
outras pessoas para bater papo também ajuda. A importância do
desenvolvimento da linguagem oral não se limita a questões ligadas aos
relacionamentos sociais, como aprender a se comunicar, a expressar suas
ideias, pensamentos e dúvidas. É fundamental também para o
desenvolvimento cognitivo, principalmente ligado ao aprendizado da
escrita e da leitura.
Por meio de um trabalho de desenvolvimento da oralidade, as crianças
aprendem a distinção entre linguagem oral e escrita (quando percebem que
o que está sendo lido não é exatamente igual ao que está sendo
contado), organizam o pensamento e a linguagem, ampliam o vocabulário,
aprendem a explicar, justificar, opinar e argumentar para defender seus
pontos de vista.
O trabalho com a linguagem oral é fundamental também como preparação
para a produção de textos, pois, mesmo no momento em que as crianças não
escrevem convencionalmente, elas podem produzir textos oralmente
trabalhando a organização de ideias, a topicalização dos fatos, a
coerência, a organização discursiva dos textos.
Dessa forma, percebe-se que o trabalho com a linguagem oral é
pré-requisito fundamental, devendo estar presente em todas as aulas.
O desenvolvimento da linguagem escrita
Como se desenvolve a linguagem escrita? Para que aprender a escrever e a ler?
A construção da escrita caracteriza-se por ser um processo que ocorre
nas interações sociais vivenciadas pela criança, isto é, na interação
com os adultos, a qual não somente vai dando sentido à escrita da
própria criança, como também contribui para que ela se torne "sujeito".
Dessa forma, a alfabetização como prática social precisa lidar com
textos reais e com as reais necessidades de leitura e escrita, para que
as crianças percebam a função social de tal aprendizado e assim
estabeleçam um diálogo com o mundo.
Nessa perspectiva, Soares (2001) afirma que "a função da escola, na área
de linguagem, é introduzir a criança no mundo da escrita, explorando
tanto a língua oral quanto a escrita como forma de interlocução, em que
quem fala ou escreve é um sujeito que em determinado contexto social e
histórico, em determinada situação pragmática, interage com um locutor,
também um sujeito, e o faz levado por um objetivo, um desejo, uma
necessidade de interação". (SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 2001. 2. ed., p. 13-60.)
A aprendizagem do uso da escrita, na escola, torna-se um aprendizado a
mais: ser capaz de assumir sua palavra na interação com interlocutores
que reconhece e com quem deseja interagir para atingir objetivos e
satisfazer desejos e necessidades de comunicação.
Portanto, é fundamental que, no processo de alfabetização, as crianças
saibam as funções sociais e as finalidades da leitura e da escrita;
precisam saber para que se aprende a escrever e a ler. Só compreendendo e
praticando esse exercício é que a alfabetização terá sentido.
Fontes:
RCNEI
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 2001. 2. ed)
Editora do Brasil - http://www.editoradobrasil.com.br/
"[...] um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de
situações de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm
oportunidade de participar" (RCNEI; SEF, 1998, p. 154).
A seguir, sugestões para a organização desse ambiente.
- Alfabeto num varal, perto dos alunos e na altura deles, no início do ano.
- Espaço para exposição de textos usados na leitura compartilhada, para que eles possam recuperá-los quando quiserem.
- Mural para exposição da produção dos alunos.
- Biblioteca de classe, com materiais diversos de leitura.
- Calendário com uma folha para cada mês que poderá ser preso a um cabide de saia (os alunos deverão receber uma folha de calendário similar para prender no caderno no começo de cada mês, para que façam a mesma marcação do calendário grande).
- Banco de palavras.
- Listagem com o primeiro nome de todos os alunos, organizados em ordem alfabética e tendo a letra inicial destacada em vermelho (usar letra maiúscula).
- Numerário (sequência numérica de 0 a 10 e numeral/ quantidade/ número).
Estímulo ao desenvolvimento cognitivo dos alunos é a tônica de um
ambiente alfabetizador. Tudo que for absolutamente desafiador e possível
de ser realizado propiciará um processo de ensino e aprendizagem muito
mais harmonioso, por ser mais produtivo.
As crianças têm preferências por atividades diferentes e cada uma
apresenta um ritmo próprio. O desenvolvimento das atividades
psicomotoras, do relacionamento com os outros, da fala e de diversas
outras formas de comunicação vão acontecendo em épocas relativamente
distintas. As crianças reagem de formas diferentes, por isso o ambiente
alfabetizador precisa ser organizado e assimilar hábitos de trabalho que
contribuam para a independência de cada uma delas. A sala de aula deve
estar preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela
escrita e pelo manuseio do material didático.
Este é um material "vivo" na sala de aula, ou seja, está em constante
ampliação e utilização; é uma escrita de referência para os alunos.
Explore ao máximo o material.
A importância do lúdico no desenvolvimento do trabalho com a linguagem
A evolução da leitura e da escrita, tendência natural, expressiva e
criativa da criança, pode ser facilitada pelo educador por meio de
atividades lúdicas, que servirão de apoio ao desenvolvimento da
linguagem falada e ao processo de aquisição da linguagem escrita. Jogar e
brincar são atividades que, se bem orientadas, certamente contribuirão
para o desenvolvimento da psicomotricidade no contexto do processo
escolar.
O brincar ensina a criança a lidar com as emoções. Por meio da
brincadeira, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo
cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua
personalidade. Portanto, a escola deve facilitar a aprendizagem
utilizando atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador a fim
de favorecer o processo de aquisição de autonomia na hora do
aprendizado.
As atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem benefícios que
proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao
adolescente e até mesmo ao adulto.
Elas propiciam benefício físico – os jogos lúdicos devem ser a base
principal dos exercícios físicos oferecidos às crianças, pelo menos
durante o período escolar – e intelectual – o brinquedo contribui para a
desinibição, produzindo uma excitação mental altamente estimulante.
Como benefício social – a criança, através do lúdico, representa
situações que simbolizam uma realidade que ainda não pode alcançar;
através dos jogos simbólicos se explica o real e o eu. Por exemplo,
brincar de boneca representa uma situação que ela ainda vai viver e,
portanto, desenvolve um instinto natural. O brincar constrói na criança a
noção social da importância das regras e do respeito aos outros.
Como benefício didático – as brincadeiras transformam conteúdos em
atividades interessantes, revelando certas facilidades através da
aplicação do lúdico.
Em resumo, percebemos que, mais do que um passatempo, o lúdico é
altamente importante como estratégia de trabalho para o desenvolvimento
dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais na formação das
crianças e deve estar presente na sala de aula.
A importância do desenvolvimento da linguagem oral
Que relação a linguagem oral tem com o desenvolvimento da leitura e da escrita?
A fala é o principal instrumento de comunicação das crianças com os
professores e os colegas. Entretanto, é recente a tendência de torná-la
um conteúdo na escola. Hoje, compreende-se que todos precisam saber se
expressar e usar a linguagem em variadas situações comunicativas:
conversas, entrevistas, seminários, ao telefone, entre tantas outras.
Para desenvolver a comunicação oral desde cedo, é importante
diversificar os assuntos tratados em sala de aula. O grupo pode discutir
uma reportagem, um fato recente ou até um texto científico. Trazer
outras pessoas para bater papo também ajuda. A importância do
desenvolvimento da linguagem oral não se limita a questões ligadas aos
relacionamentos sociais, como aprender a se comunicar, a expressar suas
ideias, pensamentos e dúvidas. É fundamental também para o
desenvolvimento cognitivo, principalmente ligado ao aprendizado da
escrita e da leitura.
Por meio de um trabalho de desenvolvimento da oralidade, as crianças
aprendem a distinção entre linguagem oral e escrita (quando percebem que
o que está sendo lido não é exatamente igual ao que está sendo
contado), organizam o pensamento e a linguagem, ampliam o vocabulário,
aprendem a explicar, justificar, opinar e argumentar para defender seus
pontos de vista.
O trabalho com a linguagem oral é fundamental também como preparação
para a produção de textos, pois, mesmo no momento em que as crianças não
escrevem convencionalmente, elas podem produzir textos oralmente
trabalhando a organização de ideias, a topicalização dos fatos, a
coerência, a organização discursiva dos textos.
Dessa forma, percebe-se que o trabalho com a linguagem oral é
pré-requisito fundamental, devendo estar presente em todas as aulas.
O desenvolvimento da linguagem escrita
Como se desenvolve a linguagem escrita? Para que aprender a escrever e a ler?
A construção da escrita caracteriza-se por ser um processo que ocorre
nas interações sociais vivenciadas pela criança, isto é, na interação
com os adultos, a qual não somente vai dando sentido à escrita da
própria criança, como também contribui para que ela se torne "sujeito".
Dessa forma, a alfabetização como prática social precisa lidar com
textos reais e com as reais necessidades de leitura e escrita, para que
as crianças percebam a função social de tal aprendizado e assim
estabeleçam um diálogo com o mundo.
Nessa perspectiva, Soares (2001) afirma que "a função da escola, na área
de linguagem, é introduzir a criança no mundo da escrita, explorando
tanto a língua oral quanto a escrita como forma de interlocução, em que
quem fala ou escreve é um sujeito que em determinado contexto social e
histórico, em determinada situação pragmática, interage com um locutor,
também um sujeito, e o faz levado por um objetivo, um desejo, uma
necessidade de interação". (SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 2001. 2. ed., p. 13-60.)
A aprendizagem do uso da escrita, na escola, torna-se um aprendizado a
mais: ser capaz de assumir sua palavra na interação com interlocutores
que reconhece e com quem deseja interagir para atingir objetivos e
satisfazer desejos e necessidades de comunicação.
Portanto, é fundamental que, no processo de alfabetização, as crianças
saibam as funções sociais e as finalidades da leitura e da escrita;
precisam saber para que se aprende a escrever e a ler. Só compreendendo e
praticando esse exercício é que a alfabetização terá sentido.
Fontes:
RCNEI
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 2001. 2. ed)
Editora do Brasil - http://www.editoradobrasil.com.br/
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